Medo de doença prejudica hipismo do Brasil às vésperas da Olimpíada
   29 de fevereiro de 2016   │     0:04  │  0

Rio de Janeiro, RJ,BRASIL, 07- 08- 2015; Evento teste de Hipismo no parque olimpico de Deodoro..(Foto: Ricardo Borges/Folhapress. ) *** EXCLUSIVO FOLHA***
Cavaleiros participam de evento-teste em Deodoro, local das competições de hipismo dos Jogos

O receio em relação ao mormo, doença equina letal, afeta a programação de todos os países para as provas de hipismo dos Jogos do Rio-2016. Mas prejudica o Brasil especialmente.

A doença, transmitida por uma bactéria, levou o governo federal a interditar diversos haras pelo Brasil e, por segurança, provocou o isolamento do local de competição, no complexo de Deodoro. As delegações só poderão chegar ao local na véspera dos Jogos Olímpicos.

Essa decisão tirou da seleção nacional a vantagem preliminar de ter uma competição dentro de casa.

No caso da equipe de saltos, que tem como destaques os medalhistas olímpicos Rodrigo Pessoa e Álvaro de Miranda Neto, o Doda, foi preciso rever a preparação e até recorrer ao improviso.

Segundo o diretor do time, Caio de Carvalho, o plano era que os ginetes e seus cavalos, que têm a Europa como base, “chegassem ao menos um mês antes [dos Jogos do Rio] para treinarem no Brasil”.

Com a mudança, a delegação deve desembarcar no Rio só em 8 de agosto, três dias após o início do megaevento.

Segundo o dirigente, a aclimatação no país seria um diferencial em relação à concorrência. Quinto colocado nos Jogos Equestres Mundiais em 2014, o grupo é cotado a medalha –foi bronze em Atlanta-1996 e Sydney-2000.

A solução encontrada foi fazer o ajuste final no exterior. A base será o centro de treinamento de Doda em Valkenswaard, na Holanda
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“A seleção até poderia vir ao Brasil antes dos Jogos treinar, mas os cavalos não poderiam voltar para a Europa, por causa das leis e porque todos são baseados lá”, afirmou Carvalho, ginete olímpico em Los Angeles-1984.

Um dos representantes do Brasil na equipe de adestramento no Pan de 2015 e no Mundial de 2014, o cavaleiro Pedro Almeida, 22, precisou adaptar sua preparação na busca de uma vaga nos Jogos.

“A Europa proibiu a entrada de cavalos vindos do Brasil, portanto temos que fazer uma quarentena antes de ir para Alemanha”, explica Pedro, que está na Argentina com o irmão gêmeo Manuel, à espera do embarque para as competições europeias.

“Se algum cavalo for pego com sintomas, não pode participar dos Jogos, por isso, os times de CCE [concurso completo de equitação], saltos e adestramento já estão fora do Brasil e ficarão até os Jogos.”

Segundo a FEI (Federação Equestre Internacional), o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) informou que não foi observado sinal de mormo nos cavalos em Deodoro antes da preparação do local para os Jogos Olímpicos.

“Como precaução adicional, todos os cavalos do Exército em Deodoro foram submetidos a mais testes. E fomos informados de que estas amostras foram todas devolvidas com resultados negativos”, diz a FEI à Folha.

Blog com FOLHA DE SÃO PAULO