Prodígio, arqueiro concilia rotina escolar e treino por pódio em 2016
   17 de setembro de 2015   │     0:03  │  0

(foto: Divulgação/Word Archery)
Aos 17 anos, Marcus Vinícius D’Almeida se tornou o arqueiro número 1 do Brasil (foto: Divulgação/Word Archery)

À primeira vista, Marcus Vinícius D’Almeida é um adolescente comum. Tem 17 anos, cursa o último semestre do terceiro colegial e gosta de aproveitar o tempo livre com a namorada e os amigos. Não é muito fã de festas, mas, como bom carioca, passa os fins de semana praticando bodyboard nas praias do Rio de Janeiro.

O diferencial de Marcus, contudo, é perceptível quando o olhar recai sobre sua rotina. Quando bate o sinal que anuncia o fim da aula no colégio, o garoto ruma para o Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei, em Saquarema, onde despende sete horas do seu dia aprimorando suas habilidades no tiro com arco, sob o olhar atento da técnica Dirma Miranda. Foi essa dedicação aos treinamentos que tornou o jovem o melhor atleta do Brasil na modalidade

Marcus Vinícius alcançou o posto de número 1 do País na última quarta-feira, durante a etapa final da Copa do Mundo de Tiro com Arco, disputada em Medellín, na Colômbia. Ele anotou 670 de 720 pontos possíveis na fase classificatória e superou o recorde do gaúcho Luiz Gustavo Trainini da Silva, 20 anos mais velho e responsável por 667 pontos em 2012. A marca pôs fim à frustração do garoto, incomodado por ter estagnado em 664 nas exibições recentes.

Há um ano, no dia 7 de setembro de 2014, o atleta alvejava mais uma flecha no mapa do esporte. Então dono da inédita prata nas Olimpíadas da Juventude de Nanquim, na China, Marcus foi o arqueiro mais jovem da história a se classificar para a final da Copa do Mundo.

Ele acabou derrotado pelo tricampeão Brady Ellison e ficou em segundo lugar, posição suficiente para colocá-lo na história do esporte nacional. E as conquistas não param por aí. Há três meses, ergueu o troféu na classe cadete do Mundial Júnior, em Yankton, nos Estados Unidos. Também era uma das esperanças de medalha no Pan de Toronto, mas parou nas quartas de final.

Marcus passou longe do pódio em Medellín. Foi o melhor entre os brasileiros, mas caiu nas oitavas para o holandês Mitch Dielemans. O tropeço não tira o sono do menino, ciente da evolução que vem apresentando. “Não tive um desempenho como o do ano passado, mas faz parte”, conformou-se.

“Nem sempre é possível estar no topo. Tive um problema inicial com o equipamento, nas duas etapas iniciais da Copa do Mundo, mas quando eu voltei para o meu arco consegui ser campeão mundial cadete e me mantive sempre entre os dez do mundo. Nem sempre só a medalha é avaliada. Foi um bom ano.”

“Treinar é o único caminho. Quero muito uma medalha no Rio e me esforço muito para isso. Durmo pensando em pódio olímpico, acordo pensando em pódio olímpico. O que posso fazer é continuar treinando todos os dias e dando o meu máximo”, concluiu.

 

Blog com Gazeta Esportiva