Documentário explica a revolução que o narrador Osmar Santos fez no rádio
   2 de agosto de 2015   │     0:03  │  0

Osmar Santos, um dos maiores narradores da história do rádio esportivo no Brasil

Osmar Santos, um dos maiores narradores da história do rádio esportivo no Brasil

Maior investimento da ESPN Filmes em 2015, o documentário “Osmar Santos: Vai Garotinho que a Vida é Sua!” foi exibido pela primeira vez na última terça-feira, às 20h30.

O documentário reconstitui, de forma cronológica, a trajetória do Garotinho com base em depoimentos da mãe, Clarice, de dois irmãos, de um filho e de muitos colegas de profissão, além dos ex-jogadores Neto, Casagrande e Vladimir.

Vai da infância de Osmar Santos na roça, onde já se dedicava a imitar os narradores que ouvia no rádio, aos dias de hoje, em que se ocupa pintando telas com uma técnica própria que desenvolveu.

Os depoimentos de Juca Kfouri, Fausto Silva, Paulo Soares, Edison Scatamachia, Juarez Soares, Roberto Carmona, Joseval Peixoto, Wilson Matos, Pedro Panvéchio e dos irmãos Oscar Ulisses e Osório Santos ajudam a entender a pequena revolução que Osmar operou na narração esportiva de rádio.

Com seus bordões, os efeitos sonoros em estúdio e as muitas referências históricas e culturais que misturava às narrações, o Garotinho desenvolveu um estilo novo e moderno, posteriormente muito imitado.

Osmar Santos também é lembrado pelo papel importante que teve, ainda durante a ditadura, ao participar como locutor da campanha das Diretas Já, em 1984. Como se recorda Juca Kfouri, o narrador era então funcionário da Globo, que inicialmente tratou com muita timidez do movimento democrático em seus veículos.

A recordação do acidente que, em 1994, quase causou sua morte e afetou a sua fala, é naturalmente o momento mais emocionante do filme, sublinhado por um depoimento da mãe.

Convencional, “ Vai Garotinho que a Vida é Sua!” é mais uma grande reportagem do que um documentário, mas cumpre muito bem a função de deixar um registro da importância da trajetória do narrador e do homem Osmar Santos.

 

Texto: Maurício Stycer/UOL