Maior pontuador da Superliga trocou vôlei de praia e Cuba por Minas Gerais
   11 de março de 2015   │     0:01  │  0

Escobar escolheu o Brasil para mostrar sua apurada técnica

Escobar escolheu o Brasil para mostrar sua apurada técnica

Minas não tem praia, mas tem o maior pontuador da fase de classificação da Superliga masculina de vôlei.

E, para contar com os 377 pontos de um único jogador, foi preciso buscá-lo nas areias de Havana, em Cuba.

O oposto Yadrian Escobar, 26, chegou a Belo Horizonte em agosto do ano passado e ajudou o Minas Tênis Clube a se classificar às quartas de final na quarta colocação.

Escobar chega em seu primeiro playoff no Brasil como “artilheiro” do torneio e com status de decisivo. Curiosamente, as boas atuações vieram após dois anos parado –uma das sanções impostas pelo governo cubano ao atleta que deseja sair do país.

“Quando podia, treinava na praia ou na quadra”, diz o cubano que chegou ao Minas 3 kg acima do peso ideal (ele tem 103 kg e 2 m de altura).

Escobar jogou vôlei de quadra com a seleção da ilha por cerca de quatro meses. Mas foi na praia que ele passou sete anos de sua carreira como atleta e se destacou.

Em 2012, ao lado de Yaimel Borrell, ficou muito perto da classificação para os Jogos Olímpicos de Londres. Perdeu a vaga nas classificatórias da América do Norte e Caribe. Logo depois, decidiu deixar Cuba pelo sonho de atuar em grandes ligas.

Com propostas da França, dos Emirados Árabes Unidos e da Indonésia, optou por BH.

“Sofri por não realizar o sonho de jogar uma Olimpíada, mas não foi apenas isso que me fez deixar Cuba. Eu gostaria de jogar por Cuba, mas não posso”, lembra.

Para atuar em ligas profissionais, o atleta precisa abdicar da seleção nacional.

E por estar fora do país, ele ainda não pegou no colo a filha, Lia, de 5 meses, fruto do namoro de oito anos com a jogadora de vôlei Onayamis, com quem vai se casar em maio. Ele vai visitar a filha logo a Superliga acabe. O que não o faz pensar em deixar Belo Horizonte tão cedo.

“A torcida é muito legal, a comida é parecida com a cubana e a língua eu pensei que era mais difícil”, diz, misturando espanhol com algumas poucas palavras em português. “Gostei do Brasil, quero ficar muitos anos aqui”.

Escobar, afinal, ainda quer conhecer as praias do Brasil.

 

Blog com Folha de São Paulo