Atleta Sub-20 do Brasil é vítima de racismo em jogo do Sul-Americano
   28 de janeiro de 2015   │     0:06  │  0

Rafael Ribeiro / CBF / Marcos Guilherme afirma ter sido xingado cinco vezes de macaco por jogador uruguaio

Marcos Guilherme afirma ter sido xingado cinco vezes de macaco por jogador uruguaio

O meia-atacante Marcos Guilherme, do Atlético-PR, revelou ter sido chamado de “macaco” pelo atacante Facundo Castro, do Uruguai, em partida válida pelo Sul-Americano Sub-20, na última segunda-feira (26). O empate por 0 a 0, no Estádio Centenário, em Montevidéu, encerrou a primeira rodada do hexagonal final do torneio.

“Cinco vezes o cara me chamou de macaco. Já enfrentei várias situações dessas no Brasil. Isso não pode acontecer. Alguém tem de tomar uma atitude, senão isso não vai parar nunca”, afirmou Marcos Guilherme, visivelmente nervoso, em entrevista ao canal SporTV, após a partida.

Castro negou a ofensa à imprensa uruguaia. “Que se preocupem mais em jogar e não com coisas extracampo”, rebateu.

No vestiário, Marcos Guilherme reafirmou a agressão. O atleticano deu mais detalhes de agressão e prometeu prestar queixa contra Castro logo após deixar o estádio.

“Vamos fazer queixa para ver se alguém toma providência. Ele falou alto e claro, o número 7, nem tampou a boca. Se a câmera [de televisão] mostrou, vai ajudar muito. A gente nunca espera passar por isso. Não estou falando para fazer média, dar de coitado. É lamentável, espero que alguém tome providência”, disse, antes de lembrar de outros casos recentes de injúria racial no futebol.

“São vários fatos que ocorreram com o Aranha, o Tinga, o Arouca e ninguém toma providência para acabar com isso. Estamos representando o país, nossa família em casa torcendo e vê isso, sofrer racismo dentro do nosso trabalho. Que alguém tome providência. Mas nada vai abalar nosso objetivo de ganhar o título, mesmo contra racismo ou arbitragem”, afirmou, indignado.

Segundo controle do Observatório Racial do Futebol, foram 20 casos de racismo nos gramados brasileiros em 2014. Os de maior repercussão tiveram como vítimas o árbitro Márcio Chagas da Silva e o goleiro Aranha.

 

Blog com Gazeta do Povo