O assunto era métodos de treinamento. Abel Braga explicava as vantagens que enxerga em utilizar o campo reduzido nas suas atividades. Mas de uma hora para outra o discurso mudou e o treinador do Fluminense pediu mais proteção e carinho com a sua classe. Abel ainda foi além: considerou injustas as demissões de Dorival Júnior do Flamengo e de Gaúcho do Vasco. E fez a defesa sustentada em fatos que na sua visão serviriam para apostar na permanência.
No Rubro-Negro, Abel lembrou que o grupo ainda é muito jovem e conta com alguns jogadores que participaram e foram eliminados ainda na primeira fase da Copa São Paulo de Juniores. Justamente por isso, a resposta não tem como ser imediata.
– Ainda assim ele foi lá e fez uma campanha impecável na Taça Guanabara. Perdeu na semifinal como nós. O grupo do Flamengo é jovem, precisa de tempo… Os jogadores perderam a Copa São Paulo e no dia seguinte estão entre os titulares. Falam do Rafinha com empolgação, mas tem de ter calma. O jogador precisa sofrer para crescer. Não tem mágica. Aí ele vai, perde um jogo e é demitido. Não pode ser assim. Estou defendendo a minha classe – afirmou.
No Vasco, que já contratou Paulo Autuori, Abel considera a situação muito parecida. Ele enfatizou o momento conturbado no qual Gaúcho assumiu o comando. Lembrou que o time perdeu muitos jogadores e que vem convivendo com problemas financeiros.
– Fiquei muito triste também com a saída do Gaúcho. É complicado todo um cenário de crise sempre cair nas mãos de uma pessoa só. É preciso dar tempo, condições de trabalho… O futebol tem dois lados. Não é assim. Gaúcho e o Dorival são dois caras do bem. Me senti mal – desabafou.
Ontem, depois de empatar sem gols com o Duque de Caxias, em Volta Redonda, Abel Braga sentiu que também pode sair do seu emprego, hoje, amanhã ou depois. Vida de técnico é assim.