A confirmação da decisão da Copa de 2014 no Maracanã gera uma ansiedade dupla: quanto à final da Copa e quanto ao final das obras no estádio.
A segunda final de uma Copa do Mundo no Brasil será no mesmo palco do famoso Maracanazo, derrota histórica do Brasil para o Uruguai após um gol de desempate no fim do segundo tempo. O gol foi anunciado pelo locutor Luiz Mendes, da Rádio Globo, nove vezes — “gol do Uruguai”, ora perguntando ora afirmando –ecoando a incredulidade que tomava a conta do estádio e do país.
A expectativa de que uma “tragédia” semelhante não se repita acompanha a preocupação em relação ao cumprimento do prazo das obras no estádio. No mês passado, o Rio prorrogou o prazo de dezembro de 2012 para fevereiro de 2013, e, nesta semana, especialistas da Fifa manifestaram preocupação em Zurique.
A corrida contra o tempo e a preocupação com o cumprimento do prazo repetem o clima anterior à Copa de 1950, diz o jornalista e comentarista esportivo Teixeira Heizer.
“O que havia naquela época era essa perspectiva sombria de que não ia dar certo, de que não íamos ter o estádio pronto a tempo da Copa. Era uma expectativa dolorosa de que não íamos fazer as coisas a tempo, como hoje também”, compara Heizer, que era uma das 200 mil pessoas assistindo à final da Copa de 1950, “espremido” no Maracanã.
O Maracanã levou um ano e dez meses para ser construído, tempo menor do que o previsto para a reforma atual. Mobilizou cinco empresas construtoras e 3.500 operários por dia, chegando a 11 mil no fim da obra.
Fonte: BBC BRASIL