Contaminação de carne mexicana vira preocupação no Pan
   10 de outubro de 2011   │     0:01  │  0

Carnes mexicanas motivam preocupação no Pan por causa da substância clembuterol

Faltando pouco tempo para o começo dos Jogos Pan-Americanos, um manto de preocupação cobriu a organização do evento. A razão: o alerta emitido pela Agência Mundial de Antidoping (Wada – sigla em inglês), admitindo preocupação com a contaminação da carne mexicana com clembuterol e o consequente risco de que os milhares de atletas que participarem do evento consumam o alimento e os derivados.

Utilizado para combater as enfermidades respiratórias, o clembuterol é uma substância que também é empregada para engordar o gado de maneira rápida. Segundo algumas versões, uma alta porcentagem de carne produzida e consumida no México está contaminada.

Dada a enorme inquietude levantada pela Wada, o Comitê Organizador (Copag) tentou acabar com o problema rapidamente através da divulgação de algumas medidas que garantam que o alimento destinado aos atletas esteja 100% “limpo”. Ou seja, a carne será vigiada pela polícia, as mostras serão analisadas e os refrigeradores que abrigam os produtos selados e guardados.

Em meio à polêmica, alguns especialistas afirmam que para um atleta ser testado positivo por consumo de carne contaminada por clembuterol deveria ingerir enormes quantidades por um tempo prolongado.

Eloy Márquez, coordenador de medicina e de controle antidoping do Copag, refuta a teoria e admite que os riscos são certos.

“Não depende tanto da quantidade de carne consumida, mas do quanto contaminada esteja. Se você ingere um alimento contaminado em alta dose, corre o risco de dar positivo em um teste”, afirma Márquez.

Para ratificar essas palavras, o médico recordou os casos dos jogadores de futebol mexicanos Francisco Rodríguez, Christian Bermúdez, Guillermo Ochoa, Antonio Naelson ‘Sinha’ e Edgar Dueñas, que foram flagrados em um controle antes da Copa Ouro e se viram impossibilitados de participar do evento. Por fim, a Federação Futebol do México (Femexfut) eximiu os atletas de culpa.

“Esse é o melhor exemplo. Eles comeram um pouco de carne e os testes deram positivo. Por isso, reitero, a questão é quão contaminado está o alimento”, insistiu.

Márquez também contou que há três meses vêm sendo separadas centenas de cabeças de gado a serem utilizados para alimentar os atletas que permanecerão na Vila Pan-Americana. “A questão é ter os animais limpos para garantir que nada aconteça”, assinalou.

Mais otimista que Márquez, Alfonso Petersen Farah, titular da Secretaria de Saúde de Jalisco, disse que, a partir de diferentes ações tomadas por vários organismos do estado, “o tema está sob controle”.

Nesse cenário, os atletas precisam estar conscientes dos cuidados habituais que têm de adotar antes de grandes competições, mas agora devem somar uma nova precaução: saber a origem do que vão ingerir.