- MARADONA CHEGOU NA ÁFRICA DO SUL AGITANDO O AMBIENTE DA COPA
Espantados com a quantidade de repórteres no saguão do aeroporto de Joanesburgo, os passageiros que desembarcavam perguntavam quem chegava. Ao saberem que se tratava de Diego Armando Maradona, uns arregalavam os olhos, outros comentavam com amigos ou repetiam o nome do argentino, como se não acreditassem. Mas entre todas as pessoas, de diferentes nacionalidades, não houve nenhuma indiferente a ele.
Na manhã de ontem, Maradona pisou pela primeira vez na África do Sul como técnico da Argentina. Chegou ao país da Copa do Mundo dando mostras do frisson que causará daqui a seis meses. Bastou ele aparecer para qualquer organização acabar. Fotógrafos e cinegrafistas se atropelaram para se aproximarem dele, enquanto Maradona, óculos escuros no rosto e nariz para o alto, caminhava escoltado por dezenas de seguranças e policiais aparentando indiferença, tão acostumado ao assédio há mais de 30 anos.
Ele só interrompeu seu caminho para pegar um casaco que caiu no chão. Levantou-o, como se perguntasse de quem era, pareceu simpático até. Mas como não descobriu o dono, voltou à marra dos segundos anteriores – atirou o casaco pra cima e seguiu seu caminho.
Durante todo o trajeto, não respondeu a nenhuma pergunta, não acenou pra ninguém e sequer esboçou um sorriso. Chegou até a van que o levaria à capital Pretória, a meia hora do aeroporto de Joanesburgo, e entrou. Lá, deu meia volta e ficou de pé na porta. Virou para as câmeras, deu tchauzinho e foi gentil, embora ainda sério.
Maradona deixará a África do Sul na sexta-feira de manhã e segundo sua assessoria não dará nenhuma entrevista durante a semana. Ainda assim, certamente será seguido todos os dias por um batalhão de jornalistas, que sabem do imenso barulho que Maradona é capaz de fazer mesmo calado.
