“Me equivoquei e paguei” diz o nem sempre confiável Maradona
A altitude, ou melhor, o desprezo que o treinador Diego Maradona mostrou pela altitude da Bolívia, foi apontado pelos jornais argentinos como o principal culpado pela humilhante derrota por 6 a 1 sofrida pela seleção argentina, na última quarta-feira, em La Paz.
O diário Olé, especializado em esportes, foi ainda mais longe, retomando a boa relação e sintonia de opiniões entre o presidente boliviano Evo Morales e o técnico argentino, principalmente em relação à polêmica discussão ocorrida meses atrás sobre a realização ou não de jogos de futebol na altitude. A partida entre Argentina e Bolívia foi realizada a 3.577 metros acima do nível do mar.
“Diego, como condutor e como estrategista, é o maior responsável pelo tsunami em La Paz. Preso por seu amor à Bolívia, por seu compromisso moral com Evo, por suas convicções… Assim ficou Maradona. Porque ele, afinal, terminou acreditando que a altura não tinha causa e efeito”, alegou o jornal argentino.
O Clarín não entrou no tema político, mas tampouco ignorou a altitude ou poupou críticas à seleção de seu país, que segundo o jornal “sofreu uma das derrotas mais duras de sua história diante de uma equipe classe C que, não fosse os 3.680 metros, teria muito menos pontos dos que tem agora”.
O La Nación destacou a amplitude histórica da goleada sofrida pela Argentina, a maior em um jogo de Eliminatórias de Copa do Mundo. “O lamento de Messi é é o de toda a seleção que depois de 51 anos igualou a pior derrota de sua história, o 6 a 1 diante da Tchecoslováquia no Mundial de 58”, estampou o jornal, ao aldo de uma foto de Leonel Messi com as mão na cabeça.
O clima nos periódicos bolivianos, claro, não poderia ser outro que não o de festa. Destacando os três gols de Joaquín Botero e relembrando 1993, quando o Brasil perdeu sua invencibilidade de quatro décadas em Eliminatórias, o jornal La Razón disse que “a loucura no estádio Hernando Siles não teve limites porque se produziu uma goleada histórica”.
Pelo mundo, tanto o espanhol Marca quanto o italiano La Gazetta dello Sport preferiram destacar as fortes palavras de Maradona na coletiva. “Cada gol foi uma punhalada no coração”.