Fifa muda as regras de proteção a jogadores menores e clubes formadores
   31 de outubro de 2008   │     12:22  │  0

O Comitê Executivo da Fifa se reuniu nos dias 23 e 24 de outubro e tomou algumas decisões, que dizem respeito principalmente à situação de jogadores menores de idade e os clubes formadores. O Comitê do Estatuto do Jogador preparou um relatório sobre o assunto e uma série de medidas para defender os jovens e assegurar a aplicação do regulamento, incluindo o aumento na ajuda de custo de menores de 15 anos e a permissão para contratos mais longos para menores de 18 anos.

A primeira medida acordada foi o aumento do teto na ajuda de custo de garotos de 12 a 15 anos: vai passar de US$10 mil anuais (R$21.500) para US$60 ou US$90 mil anuais (R$129 ou R$193 mil) – o valor ainda vai ser decidido em reuniões com autoridades e dirigentes de clubes.

Os clubes formadores também poderão fazer contratos de duração maior com menores de 18 anos. Se o limite hoje é de três anos, os jogadores de 16 anos poderão ter um vínculo de até cinco anos; jovens de 17 vão assinar por até quatro anos e quem tiver 18 anos vai continuar com contratos de no máximo três anos.

Para evitar a proliferação de academias de futebol longe do controle da Fifa, ficou decidido que elas devem ser registradas como clubes na associação de futebol local (no caso do Brasil, a CBF). Se a “escolinha” se recusar a fazer isso, os jogadores devem se registrar de forma independente.

Quando a academia pertencer a um clube, ou esteja associada a um de alguma maneira, o fato deve ser informado à associação local.

Fifa cria sub-comitê com poder de veto a transferências

A Fifa também vai criar um sub-comitê dentro do Comitê do Estatuto do Jogador, com representantes de jogadores, clubes e confederações internacionais (Conmebol, Uefa, etc.). O sub-comitê será responsável por aprovar (ou vetar) todas as transferências de menores de acordo com as normas da entidade.

A Fifa e a FifPro pretendem fazer uma campanha de esclarecimento das novas regras em países que exportam mão de obra menor de idade, como o Brasil, e estão colaborando com a União Européia no esforço de difundir o conceito “futebol e educação combinados” nas academias, que pretende preparar os garotos para a carreira profissional.

A intenção da Fifa é intensificar o diálogo com representantes de todos os envolvidos nos negócios do futebol (jogadores, clubes, confederações, agentes, autoridades nacionais) para conseguir implantar as novas regras no dia 1º de janeiro de 2009.